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Professor de Goiás cria projeto para consumo de insetos na alimentação

Um professor de Rubiataba, a 220 km de Goiânia, criou um projeto com o intuito de incentivar a inclusão de insetos na alimentação. Segundo Matheus Fernando da Silva, de 20 anos, a ideia surgiu da necessidade de buscar novas fontes de consumo para a comunidade carente da região em que está situada a Escola Estadual de Tempo Integral Levindo Borba, onde leciona. Os resultados foram tão satisfatórios que ele foi chamado para apresentar a proposta em uma feira de ciências que será realizada na Costa Rica.

O professor viaja neste domingo (5), com mais dois alunos, ambos de 14 anos, para o evento. Os adolescentes foram os que mais se destacaram no projeto, instituído em abril deste ano. As despesas durante os oito dias no exterior serão bancadas pela Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce).

Matheus conta que começou a estudar os insetos durante o curso técnico em agropecuária que fez. A partir daí, começou a imaginar como poderia relacionar o consumo dos animais com as aulas de matemática e iniciação científica. O fator que encaixou as duas situações foi a situação socioeconômica do bairro vizinho ao da escola.

“A escola é voltada para a comunidade carente. Liguei um ponto ao outro e vi que esse projeto poderia mudar essa realidade. Primeiro, aplicamos um questionário com 30 famílias e a maioria afirmou que consome carne somente três vezes por semana, pouco para suprir a necessidade de proteínas. Daí, a ideia de inserir os insetos, que são fonte da substância e tem um custo muito menor”, disse ao G1.

Os entrevistados também eram perguntados se estariam dispostos a comer insetos para complementar a alimentação e, para a surpresa de Matheus, as respostas positivas chegaram a 57%. Foi a senha para a criação começar.

Colônias de proteínas
Na escola, o professor cria colônias com duas espécies de besouros, mas se alimentam das larvas deles. Ele fez uma comparação para explicar a questão. “Um pedaço de 150 gramas de frango tem 33% de proteínas. É possível ingerir a mesma quantidade comendo 15 larvas”, calcula.

Fico feliz em ver meu trabalho fazendo sentido”
Matheus Silva, professor

As larvas são adquiridas em laboratórios ao preço médio de R$ 33 o cento, e tem um processo multiplicador. Criadas em caixas de papelão ou de plástico, elas se alimentam apenas de trigo, aveia e batata. Elas se transformam em pupa e, depois, no besouro. Cada inseto pode botar entre 500 e 1 mil ovos, que viraram novas larvas.

Chamado de “louco” no início do projeto, ele hoje tem apoio incondicional da diretoria e dos alunos. “Os estudantes são instigados pelos próprios colegas. Aqueles que não conhecem acham interessantes e também provam. Não conheço um que hoje não come”, revela.

As larvas podem ser ingeridas vivas, assadas e fritas ou ainda acompanhando outros pratos como macarrão. Além disso, é possível moê-las para produzir farinha.

Feira
A feira em que Matheus irá apresentar o projeto é a Expo Ingeniería 2016, em San José. O evento tem como intuito promover o interesse dos adolescentes e jovens por pesquisas científicas.

O professor explica que foi selecionado após a produção de um artigo científico a respeito do tema que trabalhou com os alunos. A expectativa é de que na Costa Rica eles possam ser selecionados para outro evento internacional, desta vez na Inglaterra.

“A melhor parte é ver que, além de trabalhar, é possível ensinar os meninos. Eles estão colocando isso em prática na própria vida. Fico feliz em ver meu trabalho fazendo sentido”, diz, orgulhoso.

Fonte: G1

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