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Animais sinantrópicos: as pragas urbanas que causam problemas de saúde pública

Ao longo da História, o homem vem desenvolvendo técnicas de criação de animais, seja para o fornecimento de alimentos e matéria-prima (bois, carneiros, porcos, galinhas…), seja para o serviço de transportes e companhia doméstica (cavalos, mulas, cães, gatos, aves ornamentais…). Por sua vez, o ambiente urbano, face ao desenvolvimento do homem em sociedades, acabou atraindo outro grupo de animais e novas espécies de pragas, e as residências têm sido invadidas permanentemente, e, embora esses animais convivam próximo às pessoas, eles são indesejáveis, pois podem acarretar sérios problemas de saúde pública, por transmitir doenças, sujar as residências, causar acidentes e destruir alimentos. Essa condição é criada em função de uma alta proliferação dos mesmos, consequência da ação do próprio homem, que os alimenta e favorece seu potencial reprodutivo. São os chamados animais sinantrópicos, intitulados comumente como pragas.

A Fauna sinantrópica é caracterizada por animais que vivem próximos às habitações humanas, e se adaptaram a viver junto ao homem, independente da vontade deste. Dentre os animais sinantrópicos, destacamos aqueles que podem comprometer a saúde do homem ou de outros animais por transmitir doenças, inutilizar ou destruir alimentos, além de provocar riscos de acidentes como picadas, mordeduras e outros. Esses animais estão presentes nas cidades, nas residências, no ambiente de trabalho. Eis alguns deles: Abelha, Aranha, Barata, Carrapato, Escorpião, Rato, Formiga, Morcego, Mosca, Mosquito, Pombo, Pulga, Vespa e outros).

Mas o que atrai essas espécies para o convívio humano?

Todo ser vivo necessita de três fatores para sobreviver: água, alimento e abrigo. A água pode ser encontrada com facilidade em nosso meio, mas o alimento e o abrigo realmente fazem com que esses animais indesejáveis se instalem ao nosso redor. Portanto, esses animais, considerados como pragas são atraídos pelo próprio homem, que adota hábitos incorretos de higiene, de armazenagem de alimentos e de limpeza de seus locais de residência e trabalho. Entretanto, não devemos encará-los como seres que precisam ser exterminados a qualquer custo, mas como uma ameaça à saúde pública e tal ameaça pode ser evitada se forem adotadas medidas de prevenção. Para tanto, é necessário conhecermos o que serve de alimento e abrigo para cada espécie que se pretende controlar e adotarmos as medidas preventivas, de forma a alcançar esse controle, mantendo os ambientes que frequentamos mais saudáveis e evitando o uso de produtos químicos os quais poderão eliminar não somente espécies indesejáveis, como também espécies benéficas, além de contaminar a água e o solo e o que é pior, esses produtos por si só não evitarão novas infestações. Assim, alguns animais, como o morcego, que são grandes polinizadores naturais, podem adquirir a condição de sinantrópico, utilizando telhados e cantos escuros das casas como abrigo, quando seus ambientes naturais são destruídos. Com a chegada do verão, as pragas urbanas começam a se proliferar, pois é na alta temperatura que elas aparecem. Por isso, segundo especialistas, a melhor forma é se prevenir no inverno, época em que os filhotes são gerados. Limpeza e armazenamento dos alimentos são itens importantes para a definição. Por sua vez, para proceder à remoção de animais sinantrópicos das áreas de risco, exige a utilização de processos restritos que devem ser realizados por profissionais capacitados e aparelhados. É comum que algumas espécies transitem naturalmente de um ecossistema a outro, sem causar danos aos ambientes em que se instalam, já que isso se dá de forma lenta e eventual. Mas quando causadas pela ação do homem, esse trânsito pode causar distorções irreparáveis, alterando ou simplesmente eliminando o hábitat natural de algumas espécies.

E de que forma podemos combater esses animais?

No Brasil, país eminentemente tropical, as pragas urbanas proliferam de maneira assustadora. Como são animais que dividem conosco o mesmo ambiente, o natural seria que os conhecimentos de normas de higiene e maneiras corretas de armazenar alimentos para o controle permanente de pragas urbanas, fossem disseminados por toda a sociedade por meio de campanhas educativas e ações de conscientização. Outra medida interessante é reunir informações básicas sobre as doenças que esses animais transmitem, de modo que se compreenda o perigo a que estamos submetidos e a importância de adotar medidas preventivas.

Por outro lado, algumas cidades já dispõem de Centros de Controle de Zoonoses – CCZ – (zoonose é o termo da medicina que designa as doenças e infecções transmitidas ao homem pelos animais). Os CCZ oferecem alguns conhecimentos básicos sobre a vida desses animais, de modo que o leitor compreenda a importância de se adotar medidas preventivas no seu lar, no local de trabalho, ou mesmo transmitir a outras pessoas essas informações. Infelizmente, no nosso município ainda não dispomos desse órgão tão importante para a saúde pública, apesar das constantes reivindicações. Outro aspecto considerado muito importante é o desenvolvimento de projetos nas escolas sobre animais sinantrópicos, analisando o comportamento desses seres e as maneiras mais eficazes de prevenção. Vale ressaltar que não se trata de uma proposta de extermínio de animais, mas, sim, de Educação Ambiental com caráter preventivo. Entre seus objetivos está o desenvolvimento de programações educativas, visando o esclarecimento da população com relação aos conteúdos necessários para a prevenção e controle de zoonoses, bem como a atuação consciente e competente nas transformações da realidade para a melhoria das condições e qualidade de vida. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é o órgão responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas por animais (zoonoses), através do controle de populações de animais domésticos (cães, gatos e animais de grande porte) e controle de populações de animais sinantrópicos. A necessidade de controlar animais de estimação sempre envolve dois atores sociais. Ao proprietário cabe exercer o direito de possuir um animal, desde que de maneira responsável, ou seja, zelando pela sua saúde, pelo controle reprodutivo, pela destinação de filhotes e mantendo-o domiciliado. Ao poder público destinam-se as ações de controle dos animais errantes (vadios, soltos nas ruas), com vistas à proteção da saúde pública, porém, com posturas humanitárias em relação a eles. Portanto, em Jequié, enquanto aguardamos a implantação de um Centro de Controle de Zoonoses a população deve entrar em contato, preferencialmente com o INEMA, Corpo de Bombeiros, Vigilância Epidemiológica ou órgão estadual/municipal responsável pela fauna.

Fonte: GiCult

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